Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre Desordem Urbana, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Carros abandonados atravancam as calçadas

Moradores de Leblon, Humaitá e Copacabana reclamam de veículos que acumulam lixo e atrapalham pedestres
Daniel Engelbrecht
Um Vectra branco parado sobre a calçada da Rua Igarapava, no Leblon, com marca de pedrada no vidro, vem intrigando os moradores das redondezas. O veículo foi deixado no local há cerca de 15 dias e ninguém apareceu para buscá-lo. Na vizinha Rua Aperana, são outros dois carros, com aparência de abandonados há bem mais tempo, que desagradam a quem passa.
O problema se repete no Humaitá, onde um Chevette e uma Paraty estão há mais de três anos esquecidos na Rua Maria Eugênia.
Em vários pontos do Rio, veículos esquecidos por seus proprietários acumulam lixo, atrapalham a passagem e pioram o aspecto das ruas. Apesar dos problemas causados, a remoção só é possível em determinados casos.
Segundo moradores, o Vectra placa LBH 0567 foi abandonado há duas semanas com dois pneus sobre a calçada da Rua Igarapava, na esquina com a Visconde de Albuquerque, um dos endereços mais nobres da cidade. De acordo com o Detran, o ano de fabricação do veículo é 1996 e o último licenciamento ocorreu ano passado. O primeiro nome do proprietário é Luiz. Uma marca de pedrada no pára-brisas é o que mais chama a atenção de quem passa, além do fato de o carro estar atrapalhando os pedestres.
— Um idoso ou uma pessoa com criança no carrinho tem dificuldade para passar pela calçada. Para mim, esse carro foi roubado e abandonado aqui — arrisca a dona-de-casa Ivone Pereira, de 48 anos.
Na Rua Maria Eugênia, são um Chevette e uma Paraty, parados um atrás do outro, que incomodam os moradores. Os carros, com pneus vazios, pontos de ferrugem e pintura desgastada, acumulam lixo e viraram ninho de ratos, segundo o engenheiro José Carlos Vieira.
— Esses carros estão parados na rua há pelo menos uns três anos. Os ratos fizeram ninho no motor — diz o engenheiro, que mora em frente.
Perto dali, na Rua Vitório da Costa, é um Fusca bege que está há mais de quatro anos abandonado. Em Copacabana, é um Tempra preto com os pneus vazios, parado na Rua Henrique Oswald há alguns meses, o motivo de queixas.
FONTE: Jornal O Globo - 15/09/07

Um comentário:

Marzollo disse...

Remoção só pode ser feita em três casos - Estacionamento em área autorizada é por tempo indefinido

Segundo a CET-Rio, a remoção de veículos abandonados só pode acontecer em três casos: se o carro for roubado, se estiver parado em lugar proibido ou se tiver se transformado em carcaça, sem meios de identificação do proprietário.
No primeiro caso, é a polícia que faz a remoção. No segundo, a própria CET-Rio. Já no caso das carcaças, a Comlurb é que deve ser procurada. De acordo com a CET-Rio, se o carro não for roubado e não estiver em local proibido, pode ficar estacionado por tempo indefinido.
A Comlurb informou que vai remover hoje o Chevette sem placa abandonado na Rua Maria Eugênia.
Nem todo carro com aparência de abandonado de fato foi esquecido por seu proprietário.
Na Rua Aperana, dois veículos com buracos na lataria e pneus murchos, um Escort e um Citroën Xsara, têm seus donos morando em frente.
Donos explicam a situação de seus carros O comerciante Antonio Carlos Chaves, dono do Citroën, disse que o carro está com o motor quebrado e fica na rua por falta de vaga no prédio: — Todos os dias eu o vejo, está na porta da minha casa, numa vaga regular.
O proprietário do Escort é o aposentado Silvério Veloso, de 73 anos. Sofrendo de problemas pulmonares desde dezembro e respirando com auxílio de um balão de oxigênio, ele não tem condições de dirigir.
O carro acabou ficando na rua. Preocupado com a repercussão negativa, ele promete tomar providências.
— Se está incomodando as pessoas, vou pedir para alguém trocar ele de lugar — afirma, acrescentando que já recebeu diversas propostas para vender o veículo, ano 1996.
Vender o carro é a idéia de Severino Félix, dono de uma Pampa parada há cerca de quatro meses na Rua Capitão César de Andrade, em frente ao 23oBPM (Leblon). O carro está com os pneus dianteiros vazios, mas Severino, que trabalha perto dali, garante que está tudo funcionando.
— Tem carros, como um DKV e um Gol, que estão parados ali há bem mais tempo que o meu. Só estou esperando um comprador — diz ele, que pagou R$ 4 mil pela Pampa, há um ano.

FONTE: Jornal O Globo - 15/09/07