Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre Desordem Urbana, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Acidente trágico no último dia da semana do trânsito

No último dia da Semana Nacional de Trânsito, uma criança de 7 anos foi atropelada em frente a uma escola em Jacarepaguá, na Zona Oeste. A semana do trânsito tem como principal objetivo alertar os motoristas sobre os perigos ao volante.

Os riscos da imprudência e do excesso de velocidade - segundo o Detran, sete pessoas morrem por dia, vítimas de acidentes, nas ruas do Rio. No atropelamento desta manhã, o motorista sequer prestou socorro ao menino.

O atropelamento foi antes das 7h. O portão da Escola Municipal Frederico Eyer ainda estava fechado. Testemunhas contam que um caminhão e um ônibus seguiam no mesmo sentido, quando houve o acidente.

O motorista do caminhão teria visto o estudante, que estava em uma bicicleta e conseguiu desviar. Mas o motorista do ônibus que, segundo moradores, dirigia em alta velocidade, atropelou o menino e fugiu sem prestar socorro. Tiago Luis da Costa, de 7 anos, morreu na hora.

O irmão mais velho estava na calçada e viu tudo. A mãe não se conforma com a imprudência dos motoristas. “Falta segurança, falta um quebra-molas. Dizem que já pediram, mas não colocaram até hoje”, reclama.

Moradores e estudantes revoltados invadiram a escola. Houve confusão e a direção não quis gravar entrevista. Com pedras e pedaços de madeira, a comunidade fechou a rua para impedir a passagem dos carros. A sensação de pais e mães de alunos é só uma. “Estou muito preocupada, sem saber o que fazer. Hoje foi ele. Amanhã pode ser um dos nossos”, aponta uma mãe.

A prefeitura informou que a Rua Monte Sião é uma via residencial, sem volume de tráfego. Segundo a prefeitura, em função do acidente de hoje, a CET-Rio vai estudar o local para melhorar a sinalização de área escolar.

A Guarda Municipal informou que a escola fica numa área considerada de risco e por isso os agentes não atuam na região. A polícia ainda não tem informações sobre o motorista que atropelou o menino.

Um comentário:

Marzollo disse...

A morte de um menino atropelado ontem quando ia para a escola voltou a chamar atenção para o problema. A sinalização precária em torno dos colégios é uma reclamação dos pais em várias regiões do Rio.

Todo dia, a dona de casa Selma Dutra leva a filha Giuliana para o colégio. As duas deveriam chegar em cinco minutos, mas levam muito mais tempo. Para atravessar a Estrada do Engenho D’Água, no bairro do Anil, elas são obrigadas a esperar o movimento de carros diminuir. Não há sinal de trânsito.

Dona Selma tenta, mas volta atrás. Ela sobe e desce da calçada várias vezes. Mãe e filha se arriscam - só então conseguem atravessar. “Crianças ficam aqui entre 15 e 20 minutos tentando atravessar e ninguém respeita. Uns param, outros passam por trás e perdemos a segurança de atravessar. É muito difícil”, reclama ela.

Em um trecho da estrada, não existe sinalização. Ciclistas dividem o espaço com os carros. Nossa equipe flagrou até um cavalo solto na pista, situação que coloca em perigo motoristas e pedestres.

“Não há sinal, nada. Passamos na sorte mesmo”, sabe a dona de casa Nádia Trindade.

Ontem Tiago Luis da Costa, de 7 anos, morreu atropelado ontem quando chegava à Escola Municipal Frederico Eyer, também em Jacarepaguá. Segundo testemunhas, o motorista de um ônibus dirigia em alta velocidade e não viu o estudante, que estava em uma bicicleta. Ele fugiu sem prestar socorro.

Tiago morreu na hora. O corpo do menino foi enterrado ontem mesmo.

Outro ponto da Estrada do Engenho D’Água, no Anil, próximo a duas escolas municipais, também é considerado perigoso. Há faixa de pedestre, mas fica perto de uma curva e a pintura está gasta. É difícil atravessar no lugar. Moradores dizem que os acidentes são freqüentes – as marcas podem ser vistas na calçada.

Segundo a presidente da associação de moradores do Anil, Tania Gusmão, esse é um problema antigo: “Já pedimos o sinal de trânsito, já fizemos vários abaixo-assinados e ninguém atende. Reivindicamos e não somos atendidos”.

Mas a falta de sinalização não é o único problema. Em uma rua, em Vila Isabel, Zona Norte da cidade, o sinal de trânsito e a faixa de pedestres ficam a cerca de cem metros do hospital e da escola, mas muita gente atravessa no meio dos carros, arriscando a própria vida e a dos outros.

“Todo mundo atravessa”, justifica uma pedestre.

“Eu preferia que houvesse um sinal”, comenta outra.

A CET-Rio informou que, até o fim do ano, vai revitalizar a sinalização em todo o bairro de Jacarepaguá.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, perto de qualquer escola tem que haver: placa indicando limite de velocidade de 30 km/h, no horário de saída e entrada de estudantes; pintura no chão e placa perto do local, indicando: “Atenção escola”; e faixa de pedestre em frente ao colégio.

Para pedir sinalização as pessoas podem ligar para a Ouvidoria da CET-Rio. O telefone é: 2539-2022.

Fonte: RJTV - 26/09/07