O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou ontem os números consolidados da criminalidade do mês de agosto e os preliminares de novembro, que registram queda acentuada da maioria dos crimes na capital quando comparados a novembro do ano passado, em especial nos números da capital relacionados a roubo de veículos (menos 36%), homicídio doloso (-22%) e roubo a comércio (-29%). Aumentaram os roubos a pedestres (19%) e dois crimes de trânsito: as lesões corporais e os homicídios culposos.
Evidenciando a política de confronto da Secretaria de Segurança, os autos de resistência aumentaram 29% e no número de policiais mortos, 38% entre janeiro e novembro.
Uma situação vivida por dois policiais civis reflete bem as intenções da política de segurança. Segundo conta o delegado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Rodrigo Oliveira, recentemente a dupla de agentes sofreu uma tentativa de assalto. Depois de renderem as vítimas, os bandidos as reconheceram como policiais e deixaram de matá-las por temerem as retaliações da polícia - como as que vêm ocorrendo em comunidades como o Complexo do Alemão, cuja guerra foi deflagrada após a morte de dois policiais no dia 1º de maio.
- A polícia tem de inspirar o respeito no cidadão e o medo nos bandidos - disse Oliveira.
E os números divulgados ontem demonstram claramente a guerra declarada entre policiais e bandidos. O principal deles é o aumento do número de autos de resistência (registros que definem as mortes ocorridas em confronto com a polícia), que continua em franca ascensão. Foram 70 só no mês passado, um aumento de 22% na capital. Ao todo, neste ano, entre janeiro e novembro, a polícia matou 183 pessoas mais que no mesmo período de 2006. Um aumento de 29% na capital - e de 38% em todo o Estado.
Só que, nesses confrontos, também policiais acabaram morrendo mais nos primeiros nove meses da gestão do secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Em novembro, seis agentes foram mortos em serviço, contra apenas um em novembro do ano passado. Desde janeiro, foram 29 assassinados em serviço - uma média de 2,6 por mês.
Até novembro, em todo o Estado, os roubos de veículos e a residências tiveram queda de 17,02% e 13,10%, respectivamente. Nos números consolidados, entre os delitos que tiveram maior redução percentual entre janeiro e agosto - quando comparados ao mesmo período do ano anterior - estão roubo a banco (com menos 56,8%, ou 21 casos), extorsão (com menos 26,0%, ou 274 casos) e latrocínio (com menos 17,5%, ou 24 vítimas fatais).
O homicídio doloso, de janeiro a agosto, também apresentou queda, com menos 43 vítimas, que representam menos 1%. O roubo a estabelecimento comercial reduziu-se em 195 casos e o roubo a residência, em 88 casos.
Os roubos de veículos tiveram queda de 6,2%, o equivalente a menos 1.453 casos, e os furtos, 4,7%, ou menos 721 casos. Mas, apesar da queda acentuada, justamente na área integrada de segurança da região de Botafogo, onde um arrastão ocasionou a morte de uma missionária no último domingo, houve aumento de 21% nos roubos de carros.
A consolidação dos dados das delegacias legais com os das tradicionais revelou um acerto de 72,5% do ISP. As análises preliminares são feitas apenas com base nos números das DPs legais, já informatizadas, que equivalem, na capital, a 85% dos registros.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br - 08.12.07
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