Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre Desordem Urbana, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

sábado, 30 de junho de 2007

Grandes cidades do país enfrentam um problema crônico: a desordem urbana

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Desordem em todo canto, barracos ilegais, entulho, carros na calçada, um caos – este é um problema crônico nas grandes cidades. Por todo o Brasil, o que se vê ao andar pelas ruas é uma invasão constante do espaço público, que é de todos.

Os invasores têm interesses variados, mas um comportamento em comum: eles não se preocupam com as conseqüências para a cidade onde vivem.

Para chamar a atenção dos motoristas, o vendedor abusa da árvore. “Isso é uma falta de consideração e respeito”, reclama uma senhora.

Tem também tapete com estampa de bicho. “Não tem uma pessoa certa para reclamar”, diz uma jovem.

Uma avenida na zona sul de São Paulo virou um shopping a céu aberto – espaço público, ocupados ilegalmente. “Eu me sinto ofendido como cidadão, como pagador de imposto”, afirma um senhor.

Em Aracaju, a calçada é dos carros. “É muito perigoso. Fica difícil de passar pela calçada. Às vezes, acontecem acidentes e a gente não tenho que fazer”, comenta um homem.

Em Fortaleza, a marcenaria funciona no meio da rua. Mas tem desrespeito ainda mais surpreendente: um banheiro construído na calçada. Na região metropolitana do Recife o lixo fica jogado e bares ocupam a passagem.

“Obstrui a passagem de pedestres, que são obrigados a andar e correr risco de acidente. È uma loucura, um absurdo”, observa um rapaz.

Em Belo Horizonte, outras mesas na rua, sem permissão. “A gente passa sufoco”, diz uma pedestre.

Camelôs de Maceió escolheram os trilhos do trem para montar o negócio deles: venda de ferramentas variadas, sapatos usados. “Isso aqui é uma tradição, é animado. É um pouco perigoso, mas a gente já está acostumado”, conta um comerciante.

Na Vinte e Cinco de Março, em São Paulo, os ambulantes ocupam toda a calçada, obrigando os pedestres a invadir o espaço dos carros.

”É péssimo, porque a gente acaba sendo quase sendo atropelada, porque não tem calçada”, reclama uma senhora.

A mãe sabe que se arrisca com o bebê, mas como não tem alternativa, torce pra encontrar um sinal de trânsito. “É complicado. Quando é perto de farol, pelo menos os carros estão parados, agora, quando é rua movimentada é perigoso”, comenta uma mulher.

No caminho, mais obstáculos: lojas se espalham além do limite. “Eu acho que ninguém deveria comprar para não acontecer isso”, diz uma senhora.

Na maior cidade do país, alguns casos se arrastam na Justiça. Uma churrascaria, na Zona Norte de São Paulo, asfaltou o terreno que estava vazio, para fazer um estacionamento. Isso já faz quatro anos.

“O que eu tenho visto é que em diversas ações, a prefeitura está impedida de agir por liminares”, informa o secretário municipal de Subprefeituras, Andrea Matarazzo.

“Eu vejo um desamor à nossa casa. A cidade é a extensão da nossa casa”, aponta o presidente da associação de moradores, Marco Antonio Castello Branco.

Os invasores das áreas públicas preferem não falar sobre o assunto. Já o Ministério Público diz que só pode agir se alguém reclamar. As denúncias contra a invasão particular das áreas públicas ainda são raras.

“Não existe esse espírito de cuidar do todo. Só existe aquele espírito de cuidar do seu quintal, o que é perto da sua casa”, comenta a promotora Claudia Maria Beré.

“Na medida em que a sociedade vai adquirindo mais cidadania, vai ficando mais consciente dos seus direitos, essa situação vai se inverter”, acredita Andrea Matarazzo.

Mesmo quando os invasores liberam os espaços públicos invadidos, as marcas ficam. São calçadas esburacadas, praças com a grama destruída, lixo e sujeira que se acumulam. E é o poder público que precisa arrumar tudo usando o dinheiro do contribuinte.



Fonte: Bom Dia Brasil - 26/06/07

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