Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre Desordem Urbana, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

sábado, 25 de agosto de 2007

Novos radares devem estar nas ruas de São Paulo em 2008

Parte dos 175 aparelhos registrará infrações hoje só fiscalizadas por agentes, como invasão a faixa de pedestre e conversão proibida
Especialistas elogiam rigor contra os motoristas infratores, mas ressalvam que poderá haver autuações incorretas e polêmicas

ALENCAR IZIDORO

Os próximos radares multifunção contratados pela gestão Gilberto Kassab (DEM) vão ser capazes de fotografar e multar inclusive motoristas que invadem a faixa de pedestres na mudança do semáforo ou que fazem conversão proibida.
Essa nova fiscalização eletrônica deve pegar de surpresa infratores que hoje só são flagrados por agentes de trânsito.
Embora as cenas de veículos parados na faixa de travessia, atrapalhando a passagem de pedestres, sejam freqüentes nos principais cruzamentos de São Paulo, essas multas não passam atualmente da média de 430 por mês, 0,13% do total.
A previsão da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) é que os novos aparelhos com essas e outras funções -incluindo algumas já existentes ou já divulgadas, como controle de velocidade, do rodízio, de invasão à pista de ônibus e de caminhões que circulam à esquerda, por exemplo- estejam nas ruas a partir de 2008.
A exigência da multifuncionalidade consta do edital de licitação para a contratação de 175 radares fixos, cujas propostas foram entregues por 13 empresas ou consórcio no final de julho. O gerente de desenvolvimento tecnológico da CET, Pedro Cury, diz esperar concluir a concorrência em três meses.
Dos aparelhos contratados, no mínimo oito deles terão que ser capazes de multar por invasão a faixa de pedestres e outros oito por conversão proibida.
Esse tipo de fiscalização eletrônica já foi adotado em outros municípios do país. Os de conversão proibida já foram implantados, por exemplo, em Fortaleza.
Já Campinas é um dos que têm desde a última década radares que flagram quem invade a faixa de travessia.

Polêmica
O rigor contra os infratores do trânsito e a diversificação de uso de radares costuma ter a aprovação de boa parte dos especialistas, mas as multas eletrônicas principalmente para quem parar na faixa de pedestres tendem a ser polêmicas.
Já é comum hoje em dia motoristas que reclamam de levar uma multa por fechar um cruzamento sob a alegação de que os carros da frente pararam e a via congestionou de repente.
A contestação tende a ser amplificada com a fiscalização rigorosa por invasão ao espaço da travessia, prevê Eduardo Daros, presidente da Associação Brasileira de Pedestres.
"Quando está tudo engarrafado, quem fica com seu carro atrás da faixa se sente como um bobo, porque os outros que estão ao lado começam a entrar na frente. É um comportamento que precisa mudar", afirma.
Favorável à fiscalização, Daros ressalva a necessidade de haver uma sinalização eficiente, que não seja uma "armadilha" para os motoristas.
"Os motoristas precisam aprender que a via pública é de todos, e não apenas dos automóveis. Essa fiscalização reforça a prioridade ao pedestre", diz Helena Raimundo, da comissão de educação de trânsito da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).
Ela reconhece, no entanto, que os radares podem aplicar multas injustas em casos individualizados que seriam mais bem avaliados por um agente.
"É lógico que, em algumas situações, os motoristas podem ter razão em reclamar. A máquina não faz a dosagem de cada caso individual, mas é eficaz e tem poder amplificador", diz.
Um exemplo dessa condição é quando um motorista acabar invadindo a faixa de travessia para permitir a passagem de uma ambulância. Nesse caso, a alternativa é entrar com recurso contra a multa indevida.

Fonte: Folha Online - 25/08/07.

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