O motorista da van que sofreu um acidente no início da tarde desta quarta-feira (1º), na Linha Vermelha, foi preso à noite após deixar o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio do Rio. Segundo a delegada Leila Goulart, da 37ª DP (Ilha do Governador), Carlos Alberto Rodrigues de Souza, 57 anos, foi autuado por quatro homicídios culposos e seis lesões corporais.
A van escolar bateu num reboque que estava parado na faixa da direita, na pista sentido Baixada Fluminense. Com a colisão, o veículo capotou e ficou destruído. Passageiros ficaram presos nas ferragens. Quatro crianças morreram e outras seis ficaram feridas.
De acordo com a delegada, em depoimento, Carlos Alberto alegou que dirigia a 40km/h, quando foi fechado por um ônibus. Em seguida, ele afirmou que viu o reboque muito rapidamente e não conseguiu frear, provocando o acidente.
Carlos Alberto foi preso em flagrante e levado para a 37ª DP, onde o caso foi registrado. Ainda segundo a delegada, a fiança foi estipulada em R$ 6 mil.
Contratada pelos pais, a van fazia transporte de estudantes do Colégio Pedro II, unidade de São Cristóvão, na Zona Norte. As informações são do Corpo de Bombeiros e da direção do colégio.
A direção do Colégio Pedro II informou que foi decretado luto de três dias. Ainda segundo a direção da unidade, foram os próprios pais dos alunos que contrataram o serviço de transporte escolar.
Mães choram perda de filhas únicas
Duas meninas - Rayanne, de 14 anos, e Esther, de 8 - que morreram no acidente envolvendo com a van escolar, eram filhas únicas. Os parentes das vítimas fizeram o reconhecimento dos corpos na noite desta quarta no Instituto Médico Legal (IML), no Centro.
As duas outras vítimas que morreram no acidente são Vinícius Lopes da Silva, de 11 anos, e André Teles, de 7. Os pais de Vinícius chegaram por volta das 21h no IML ainda sem saber que o menino tinha morrido.
A jornalista Rosana da Silva Souza, de 46 anos, mãe da estudante Rayanne, de 14, disse que botou a sua filha única na van por medidas de segurança. Muito abalada, a moradora do bairro Jardim América, no subúrbio, disse que conhecia as outras vítimas.
“Eu coloquei na van por segurança e perdi minha única filha. Eu já conhecia o motorista há bastante tempo e também conhecia as outras crianças. Estou chocada e incrédula com tudo isso”, contou.
Moradora de Irajá, a também jornalista Renata Fernandes, de 30 anos, perdeu a filha única Esther, de 8, no acidente. Ela disse que sentiu falta da menina e ligou para a escola. Segundo ela, nenhum parente ainda foi chamado na noite desta quarta para fazer o reconhecimento dos corpos.
Feridos em três hospitais
Segundo a Secretaria estadual de Saúde, três crianças foram levadas para o Hospital de Saracuruna, na Baixada Fluminense. Uma delas está em estado gravíssimo e foi internada no CTI da unidade. As outras duas estão em observação, segundo a secretaria.
Outras duas crianças foram encaminhadas para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio. A secretaria informou que elas passaram por exames.
A outra vítima - um menino, ainda não identificado - foi levada de helicóptero para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o estado da criança é grave.
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